António Arroio

António Arroio
António Arroio
Nascimento 19 de fevereiro de 1856
Porto
Morte 25 de março de 1934
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Ocupação engenheiro, escritor, político
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António José Arroio (Porto, 19 de Fevereiro de 1856 — Lisboa, 25 de Março de 1934), mais conhecido por António Arroio ou António Arroyo, foi um engenheiro, político, crítico de arte e professor que, para além da sua carreira técnica como engenheiro, foi autor de obras sobre literatura, música e artes plásticas. Destacou-se como promotor em Portugal do ensino técnico e das artes aplicadas.

Biografia

António José Arroio nasceu na cidade do Porto, no seio de uma família ligada ao meio artístico, filho do compositor e músico espanhol José Francisco Arroio, primeiro director do Teatro Nacional São João, do Porto, e irmão do político João Marcelino Arroio e de José Diogo Arroio, este também músico e cantor, doutorado em Química pela Universidade de Coimbra, político e professor catedrático de Química Inorgânica e director da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.[1]

Arroio concluiu em 1878 o curso de Engenharia na Academia Politécnica do Porto. Terminado o curso, empregou-se nas obras de construção dos caminhos-de-ferro da Beira Baixa, da Beira Alta, do Sul e do Sudoeste. Transitou depois para o Ministério das Obras Públicas, no qual, entre 1881 e 1890, foi encarregado dos serviços de inspecção e recepção de material adquirido no estrangeiro. Durante este período viajou por várias cidades europeias e fixou durante vários anos residência em Bruxelas.

Em 1890 foi nomeado inspector do Ensino Elementar Industrial e Comercial, cargo que manteve até 1926. Passou então a interessar-se pelo ensino comercial e industrial e em particular pelo ensino das artes e ofícios. Foi sócio fundador da Liga de Educação Nacional. Foi eleito deputado às Cortes pelo círculo de Paredes na lista do Partido Regenerador em 1890.

Após a implantação da República em 1910, envolveu-se nas discussões públicas relativas aos novos símbolos nacionais: foi autor de uma das propostas rejeitadas para a nova bandeira,[2] e defendeu a adoção do Hino da Maria da Fonte como novo hino nacional.[3]

Em 1926 foi nomeado vogal do Conselho Superior de Obras Públicas, cargo que exerceu até à sua aposentação em 1928.

Foi vogal da Comissão Portuguesa na Exposição Universal de 1900, realizada em Paris, e para além da sua actividade como engenheiro, manteve intensa actividade como conferencista e como crítico de arte, dedicando-se a géneros tão distintos como a música, a literatura, a pintura e a escultura.

Colaborou em diversas publicações periódicas das quais se destacam as revistas A Arte Musical[4] (1898-1915), Serões (1901-1911),[5] Brasil-Portugal (1899-1914),[6] Revista do Conservatório Real de Lisboa[7] (1902), A Farça[8] (1909-1910), Atlântida[9] (1915-1920) Pela Grei (1918-1919)[10] e Homens Livres[11] (1923).

Quando António Arroio faleceu em 1934, foi atribuído o seu nome à então recém-criada Escola Industrial António Arroio de Artes Aplicadas.

Obra publicada

António Arroio é autor de uma vasta obra publicada, entre a qual se destaca:

  • José Viana da Mota (1896);
  • Notas sobre Portugal (1908-1909);
  • A Orquestra Filarmónica de Berlim (1908);
  • O Canto Coral e a Sua Função Social (1909);
  • O Ensino Industrial como Elemento Intensificador da Produção (1917).
  • Singularidades da Minha Terra (na Arte e na Mística). Porto: Renascença Portuguesa, 1917.

Notas

  1. João-Heitor Rigaud, João Arroyo: Português, Portuense, Músico. Artigos Meloteca, 2009.
  2. Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República. «República nas Escolas:A Bandeira Nacional». Centenário da República (1910-2010): República nas Escolas. Consultado em 19 de Abril de 2014 
  3. Arroyo, António (15 de outubro de 1910). «O Hymno e a Bandeira da República Portugueza». A Arte Musical (284). pp. 202–204. Consultado em 6 de julho de 2024 
  4. Rita Correia (6 de novembro de 2017). «Ficha histórica:A Arte Musical (1898-1915)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de dezembro de 2017 
  5. Rita Correia (24 de Abril de 2012). «Ficha histórica: Serões: revista semanal ilustrada (1901-1911).» (PDF). Como "António Arroyo". Hemeroteca Digital de Lisboa. 10 páginas. Consultado em 20 de Abril de 2014 
  6. Rita Correia (29 de abril de 2009). «Ficha histórica: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada (1899-1914).» (PDF). Como "António Arroyo". Hemeroteca Digital de Lisboa. 1 páginas. Consultado em 20 de Abril de 2014 
  7. Helena Roldão (7 de novembro de 2014). «Ficha histórica:Revista do Conservatório Real de Lisboa: publicação mensal ilustrada (1902)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de julho de 2015 
  8. João Alpuim Botelho. «Ficha histórica: A Farça» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de fevereiro de 2016 
  9. Rita Correia (19 de Fevereiro de 2008). «Ficha histórica: Atlantida: mensário artístico, literário e social para Portugal e Brasil» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Junho de 2014 
  10. Álvaro Costa de Matos (18 de Outubro de 2012). «Ficha histórica: Pela grei : revista para o ressurgimento nacional pela formação e intervenção de uma opinião pública consciente : orgão da Liga de Acção Nacional (1918-1919)» (PDF). Como "António Arroyo". Hemeroteca Digital de Lisboa. 1 páginas. Consultado em 19 de Abril de 2014 
  11. Rita Correia (6 de fevereiro de 2018). «Ficha histórica:Homens livres (1923)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de março de 2018 

Ver também

  • Portal de Portugal
  • Portal da arte
  • Portal de biografias
Controle de autoridade

Ligações externas

  • Soares dos Reis e Teixeira Lopes (...), Porto, 1899, na Biblioteca Nacional de Portugal