Cerco de Mézières

Cerco de Mézières
Guerra Italiana de 1521-1526

Monumento francês em memória de Bayard
Data agosto-setembro, 1521
Local Charleville-Mézières
Desfecho Vitória francesa.
Beligerantes
Sacro Império Reino de França
Comandantes
Henrique de Nassau Pierre Terrail, senhor de Bayard
Anne de Montmorency
Forças
35 mil c. 1 mil
  • Pampeluna
  • Esquiroz
  • Mézières
  • Tournai
  • Bicocca
  • Gênova
  • San Marcial
  • Fuenterrabía
  • Sesia
  • Marselha
  • Itália 1524–25
  • Pavia

O Cerco de Mézières ocorreu entre agosto e setembro de 1521, durante a Guerra Italiana de 1521-1526, envolvendo o rei Francisco I de França e seu adversário Carlos I de Espanha, com quem disputava desde a candidatura de ambos para Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, eleição vencida pelo segundo. O cerco foi vencido pelos sitiados, graças ao sucesso um ardil do comandante francês Pierre Terrail, dito Cavaleiro (ou senhor) de Bayard.

Contexto

Havia os franceses fracassado em sua tentativa de levar a guerra para o território Espanhol, pela sublevação do Reino de Navarra, vizinho de seu território e sob efetivo domínio hispânico há pouco tempo (1506, cosolidado em 1512); os franceses foram derrotados na Batalha de Esquiroz, em 30 de junho de 1521,[1] sendo esta determinante para o controle espanhol de Navarra pelos reis de Castela.[2]

Por outro lado, os ingleses, por seu rei Henrique VIII e pelo cardeal Thomas Wolsey, tentavam imiscuir-se entre as duas partes: o país havia ameaçado aquele que primeiro rompesse a frágil paz que se seguira à eleição de Carlos I. Francisco I aceitara, em junho de 1521, a intermediação dos ingleses, sendo então realizada uma conferência em Calais, capitaneada pelo Cardeal Wolsey na qual o rei franco esperava obter uma trégua, a fim de poder se reaparelhar.[3]

Francisco I, estava, assim, engolfado em problemas em várias frentes, e uma forte crise financeira deixava a França sem condições para a pronta organização de um exército capaz de resistir a um ataque.[4]

Havia Robert de la Marck, duque de Bouillon, realizado incursões de pilhagem nos Países Baixos. O imperador ordenou uma punição, invadindo o norte de França no dia 20 de agosto,[4] e atacado a região de Mouzon. O comando das tropas imperiais coube a Franz de Sickingen, segundo Conde de Nassau.[5]

O cerco

A população dos vilarejos franceses então refugiou-se na praça de Mézières,[5] defendida por Bayard, sendo atacados pelos cerca de trinta e cinco mil soldados de Nassau, contando com um efetivo de apenas mil soldados.[6] Uma linha imperial passava pelo sudeste de Manicourt.[5]

O assédio a Mézières durou seis semanas,[4][6] três das quais sob pesado bombardeio,[4] tendo Bayard comandado a tenaz resistência da cidadela, algo que se dizia insustentável,[6] até porque o rei franco não se achava em condições de socorrer aos seus.[5]

Com a resistência oferecida em Mézières, as vilas próximas, como Champeau e Manicourt são destruídas (Manicourt, onde certamente as tropas imperiais acamparam, foi destruída pelo fogo).[5]

O ardil de Bayard - desfecho

Pierre Terrail, senhor de Bayard - herói francês do cerco.

Bayard escreve ao rei falsas cartas, que faz chegarem até seus adversários que, então, decidem retornar à Picardia, atravessando o rio Mosa e, em seu caminho, semeando a pilhagem e destruição ao longo do Sormonne, nas Ardenas.[5] Nassau foi para Hainault.[4]

Nas suas cartas Bayard falsamente informava ao rei que a cidade encontrava-se plenamente aprovisionada, além de adequadamente defendida, podendo resistir ainda por longo tempo de cerco - e declinava do envio de qualquer socorro. Por acreditar nelas, os invasores desanimaram, e findaram por desistir de sua conquista.[7]

Isso permitiu ao rei Francisco I tempo para reunir um exército, próximo a Reims, e assim evitar novas incursões em seu território. A esta vitória francesa logo se seguiram outras, com a retomada de Parma, por Lautrec, e a conquista da estratégica cidade espanhola de Fuenterrabía por Bonnivet. O Cardeal Wolsey então propõe ele mesmo uma trégua, mas o rei franco agora é quem a desdenha.[3]

Referências

  1. HACKETT, Francis. Francis the First. Garden City, New York: Doubleday, Doran & Co., 1937, p. 226;
    OMAN, Charles. A History of the Art of War in the Sixteenth Century. London: Methuen & Co., 1937, pp.173–174.
  2. Esarte, Pedro (2001), Navarra, 1512–1530. Pamplona: Pamiela. ISBN 84-7681-340-6
  3. a b KNECHT, Robert. The Valois - Kings of France 1328-1589, Continuum International Publishing Group, 2007, ISBN 1852855223
  4. a b c d e KNECHT, Robert Jean. The Reise and Fall of Renaissance France 1483-1610, Blackwell Publishing, 2001, ISBN 0631227296
  5. a b c d e f sítio oficial de Mézières visitado em 19 de novembro de 2007, 04:12
  6. a b c Encyclopædia Britannica Eleventh Edition, verbete Pierre Terrail, pesquisado em 20 de novembro de 2007, às 02:33
  7. Noveau Larousse Ilustré, Paris, 18??, verbete Bayard.
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