Escéptuco
Escéptuco (em grego: σκηπτοῦχος; romaniz.: skēptouchos; pl. σκηπτοῦχοι, skēptouchoi), é um termo conhecido de fontes gregas antigas, geralmente traduzido como aquele que carrega um cajado, bastão ou cetro. Ocorre em vários contextos já na poesia homérica, onde é um epíteto de um "rei", basileu.[1] Nos poemas de Homero, um cetro também é carregado por sacerdotes e profetas, arautos e juízes. Sua função foi interpretada nos primeiros estudos como um atributo do orador durante as assembleias, mas, de acordo com Daniel Unruh, o cetro aparentemente servia como símbolo físico de autoridade que poderia ser usado para infligir uma punição humilhante.[2] O termo escéptuco também aparece nas Semônides do século VII a.C..[3]
Na Ciropédia e na Anábase, Xenofonte, no século V a.C., faz referências aos escéptucos como funcionários da corte persa, geralmente eunucos. Xenofonte menciona Artapates, um chefe leal dos escéptucos, que acompanhou Ciro, o Jovem, na Ásia Menor. Escéptucos eram responsáveis pelos suprimentos, questões organizacionais e ordem na corte persa.[4] Nenhum termo equivalente foi identificado em elamita, persa antigo ou semita, mas a representação visual de escéptucos é preservada nas esculturas de Persépolis.[5][6]
Escéptucos também aparece como uma denominação grega de príncipes locais dos citas, conforme referenciado numa inscrição de cerca de 200 a.C. de Ólbia,[7] e na Cólquida antes da conquista de Mitrídates Eupátor, conforme relatado por Estrabão.[8] Como sugere David Braund, o título foi provavelmente consequência da influência persa na Cólquida. Ainda mais tarde, por volta de 104 d.C., escéptuco refere-se aos bedeles do Templo de Ártemis na inscrição de fundação de Salutaris de Éfeso.[9]
Referências
- ↑ Liddell 1940.
- ↑ Unruh 2011, p. 279–280.
- ↑ Kõiv 2016, p. 20.
- ↑ Podrazik 2017, p. 29–30.
- ↑ Podrazik 2017, p. 22–24.
- ↑ Manning 2018, p. 11.
- ↑ Thonemann 2018, p. 85.
- ↑ Braund 1994, p. 154.
- ↑ Tilborg 1996, p. 69.
Bibliografia
- Braund, David (1994). Georgia in Antiquity: A History of Colchis and Transcaucasian Iberia, 550 BC–AD 562. Oxônia: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-814473-1
- Kõiv, Mait (2016). «Basileus, tyrannos and polis. The Dynamics of Monarchy in Early Greece». Klio. 98 (1): 1–89. doi:10.1515/klio-2016-0001
- Liddell, Henry George; Scott, Robert (1940). «σκηπτοῦχος». A Greek–English Lexicon, revised and augmented throughout by Jones, Sir Henry Stuart, with the assistance of McKenzie, Roderick. Oxônia: Clarendon A referência emprega parâmetros obsoletos
|coautor=
(ajuda)
- Manning, Sean (2018). «A Prosopography of the Followers of Cyrus the Younger» (PDF). Ancient History Bulletin. 32 (1–24)
- Mondi, Robert (1980). «ΣΚΗΠΤΟΥΧΟΙ ΒΑΣΙΛΕΙΣ: An Argument for Divine Kingship in Early Greece». Arethusa. 13 (2): 203–216. JSTOR 26308130
- Podrazik, Michał (2017). «The skēptouchoi of Cyrus the Younger». Anabasis. Studia Classica et Orientalia. 8: 16–37
- Thonemann, Peter (2018). The Hellenistic Age: A Very Short Introduction. Oxônia: Oxford University Press. ISBN 9780198746041
- Tilborg, Sjef van (1996). Reading John in Ephesus. Leida: Brill. ISBN 9789004267299
- Unruh, Daniel (2011). «A New Look at the Homeric Scepter». The Classical World. 104 (3): 279–294. JSTOR 41303431