Lesbia victoriae

Lesbia victoriae
Espécime macho no noroeste do Equador
Espécime fêmea no Peru
Classificação científica
Reino:
Animalia
Filo:
Chordata
Classe:
Aves
Ordem:
Apodiformes
Família:
Trochilidae
Subfamília:
Lesbiinae
Tribo:
Lesbiini
Gênero:
Lesbia
Espécies:
L. victoriae
Nome binomial
Lesbia victoriae
Bourcier & Mulsant, 1846[2]
Distribuição geográfica de Lesbia victoriae

O colibri-rabilongo-grande[3] ou beija-flor-de-longa-cauda-negra[4] (nome científico: Lesbia victoriae) é uma espécie de ave apodiforme pertencente à família dos troquilídeos, que inclui os beija-flores. É uma das duas espécies pertencentes ao gênero Lesbia. Pode ser encontrada em altitudes entre 2500 e 3800 metros, desde a Colômbia até o Peru.

Descrição

Os machos possuem entre 21 e 24 centímetros de comprimento, incluindo a cauda. A plumagem é de coloração verde, as penas da cauda, que tem em torno de 16,5 centímetros de comprimento, são longas e pretas, com manchas iridescentes no peito e na garganta. Enquanto isso, as fêmeas possuem de 13,5 a 14,5 centímetros. Se diferenciam dos machos pela cauda mais curta, com 8,5 centímetros, e a plumagem branca com manchas verdes na região ventral.[5] Em comparação com Lesbia nuna, possuem o bico mais curvado e mais longo e, nos machos, a cauda mais longa.[6]

Lesbia victoriae victoriae é a maior subespécie do gênero Lesbia, possuindo uma envergadura de 59,9 milímetros.[6]

Subespécies

São reconhecidas três subespécies:[6][7][8]

  • Lesbia victoriae Bourcier & Mulsant, 1846, beija-flor-de-longa-cauda-negra — pode ser encontrado entre a Venezuela setentrional e seu extremo-sul, Equador e centro-sul colombiano
    • Lesbia victoriae victoriae (Bourcier & Mulsant, 1846) — pode ser encontrado nos Andes do departamento de Nariño, e no Equador
    • Lesbia victoriae juliae (Hartert, 1899) — pode ser encontrado nos Andes do norte e centro do Peru
    • Lesbia victoriae berlepschi (Hellmayr, 1915) — pode ser encontrado nos Andes do sudeste do Peru

Distribuição e habitat

O colibri-rabilongo-grande se encontra distribuído nas regiões do norte e central da cordilheira dos Andes, na Colômbia, Equador e Peru, em altitudes que variam entre 2500 e 3800 metros acima do nível do mar.[6][9]

Três subespécies são reconhecidas. Lesbia victoriae victoriae é a subespécie mais setentrional, ocorrendo desde os Andes centrais da Colômbia até o sul do Equador. L. v. juliae se distribui no centro de distribuição da espécie, do sul do Equador ao norte do Peru. L. v. berlepschi é a subespécie mais ao sul, ocorrendo de Huánuco a Cusco, no Peru. Antes, as populações equatorianas de L. v. victoriae às vezes eram tratadas como uma quarta subespécie, L. v. aequatorialis, mas não são suficientemente diferentes das aves colombianas para justificar o tratamento como uma subespécie separada.[6]

Possui preferência por áreas semiabertas em vez de florestas fechadas, razão pela qual apresenta capacidade de se adaptar a ecossistemas urbanos como parques e jardins.

Comportamento

Alimentação

De hábitos generalistas, forrageia flores de diferentes tamanhos e espécies, inclusive bebedouros dentro de seu consumo de néctar. A maioria das flores visitadas encontra-se em áreas próximas ao solo.[5] Por outro lado, sabe-se que pequenos artrópodes voadores fazem importante parte da dieta do beija-flor e que é maior nas espécies de altitudes mais elevadas.[10]

Reprodução

O cortejo dos machos de L. victoriae consiste em voar alto e exibir sua cauda, depois voar de volta para baixo em alta velocidade e fazer um ruído com a cauda. Uma vez que o cortejo termina, o casal acasala e constrói um ninho em um arbusto. Também tendem a usar fibras sintéticas quando disponíveis.[11]

O macho e a fêmea podem ser encontrados juntos cuidando do ninho, colocados nos galhos de vegetações arbustivas. Eles mostram um comportamento tímido quando há potenciais ameaças nas proximidades, comportamento mais perceptível nas fêmeas.[12]

Estado de conservação

Devida à sua extensa área de distribuição e a estabilidade de suas populações, foi classificada na Lista Vermelha da IUCN como uma espécie "pouco preocupante".[1] Por sua preferência a habitats abertos, possui grande capacidade de adaptação em áreas rurais e urbanas.[6]

Referências

  1. a b BirdLife International (2016). «Lesbia victoriae». The IUCN Red List of Threatened Species. 2021: e.T181008073A181022663. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687971A93177475.enAcessível livremente. e.T22687971A93177475. Consultado em 11 de janeiro de 2022 
  2. Société royale d'agriculture, histoire naturelle et arts utiles de Lyon.; Société royale d'agriculture, histoire naturelle et arts utiles de Lyon (1846). «Annales des sciences physiques et naturelles, d'agriculture et d'industrie.». Lyon. 9 
  3. «Lesbia victoriae (Bourcier & Mulsant, 1846)». Avibase. Consultado em 11 de janeiro de 2022 
  4. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 113. ISSN 1830-7809. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  5. a b Ridley, Robert S. (2011). Colibríes del Ecuador. Guía de campo. Equador: Fundación Jocotoco 
  6. a b c d e f Weller, André-A.; Schuchman, Karl-L. (2004). «Biogeographic and taxonomic revision of the trainbearers Lesbia (Trochilidae), with the description of two new subspecies» (PDF). Ornithol. Consultado em 11 de janeiro de 2022  !CS1 manut: Usa parâmetro autores (link)
  7. «Lesbia victoriae». Integrated Taxonomic Information System. Consultado em 11 de janeiro de 2022 
  8. Lepage, Denis; Elias, Gonçalo (2003). «Lesbia victoriae (beija-flor-de-longa-cauda-negra)». Avibase: The World Bird Database. Consultado em 28 de agosto de 2023 
  9. Gill, Frank; Donsker, David; Rasmussen, Pamela, eds. (2020). «Hummingbirds». IOC World Bird List Version 10.2. International Ornithologists' Union. Consultado em 11 de janeiro de 2022  !CS1 manut: Usa parâmetro autores (link)
  10. Remsen, J. V.; Stiles, F. Gary; Scott, Peter E. (1896). «Frequency of Arthropods in Stomachs of Tropical Hummingbirds». American Ornithologists' Union. 103  |acessodata= requer |url= (ajuda) !CS1 manut: Usa parâmetro autores (link)
  11. Carrión, Juan Manuel (1986). Aves del valle de Quito y sus alrededores: una guía ilustrada para reconocer las especies comunes. Quito: Fundación Natura. OCLC 254493578 
  12. «Habits of Male Hummingbirds near Their Nests». Wilson Ornithological Society. 1947. Consultado em 11 de janeiro de 2022 

Ligações externas

  • Xeno-canto
  • Avibase
  • Integrated Taxonomy Information System
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