Paços do Concelho de Odemira
Paços do Concelho de Odemira | |
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Torre dos Paços do Concelho, em 2016. | |
Informações gerais | |
Estilo dominante | Barroco e Neoclassicismo |
Construção | Século XVIII |
Património Nacional | |
SIPA | 4345 |
Geografia | |
País | Portugal |
Região | Alentejo |
Coordenadas | Coordenadas: 37° 35' 47.04" N 8° 38' 31.18" O |
Localização em mapa dinâmico |
Os Paços do Concelho de Odemira, ou Câmara Municipal de Odemira, consistem num imóvel histórico onde estão sediados os serviços do município de Odemira, na região do Alentejo, em Portugal.
Descrição
O edifício situa-se na Praça da República, em Odemira.[1] Embora o imóvel em si não esteja classificado, está integrado na área protegida do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.[1]
O imóvel apresenta uma planta irregular, de forma sensivelmente rectangular, sendo coberto por um telhado de quatro águas.[1] Destaca-se pela sua fachada, que apresenta uma miscelânea de estilos de épocas diferentes, embora date da década de 1860.[2] Assim, alguns dos vãos foram inspirados pela tradição popular barroca, a balaustrada, o frontão e os óculos são de influência neoclássica, e os ferros forjados integram-se na corrente revivalista neogótica.[2]
A fachada está dividida em três panos, separados por pilastras coroadas por urnas, e possui três pisos, cujos pontos de divisão estão marcados na fachada por frisos em argamassa.[1] Os panos laterais são encimados por cornijamento e balaustrada, enquanto que o central, de menor largura, termina num frontão triangular, rematado por uma composição de volutas.[1] Dentro do frontão está esculpido um medalhão com as armas de Odemira, e emoldurado por grinaldas.[1] No piso térreo, ambos os panos laterais são abertos por três janelas no rés-do-chão, de verga curva e moldura de cantaria, enquanto que no pano central rasga-se o portal principal, com arco de volta perfeita e moldura de cantaria com chave saliente, com a inscrição C. M. 1865.[1] O portal é rematado por um frontão triangular, suportado por secções de pilastras estriadas.[1] No primeiro piso, cada pano lateral possui três janelas de sacada, de verga curva, com as mísulas e molduras em cantaria, e grades em ferro.[1] Entre as primeira e segunda janelas, a contar do centro, abre-se um óculo, que no lado esquerdo é cego.[1] No pano central, este piso é marcado por uma janela em arco de volta perfeita com uma moldura em cantaria e um gradeamento.[1] Quanto ao segundo piso, cada pano tem três janelas, sendo as laterais de sacada, com verga recta e moldura e mísula de cantaria, e um gradeamento em ferro fundido, e a central de verga recta e moldura de cantaria, sem sacada.[1] Neste piso também se situam dois óculos, com a mesmo disposição do inferior.[1] O pano central possui uma janela de sacada em arco de volta perfeita e com moldura de cantaria, e um gradeamento de ferro.[1]
A fachada virada a Sul está organizada em três panos não complanares e dois pisos.[1] No primeiro pano, rematado por beirado abre-se uma janela no rés-do-chão e outra no segundo piso, com moldura de cantaria.[1] O segundo pano, também coroado por beirado, tem uma porta de verga curva e moldura de cantaria, com acesso por quatro degraus.[1] Por cima da porta abre-se uma janela em moldura de cantaria, que é encimada por um vão para iluminação, em arco de volta perfeita.[1] Sobre o segundo pano encontra-se a torre sineira, com molduras em argamassa, e um frontão de forma triangular onde se situa o mostrador do relógio.[1] É ladeado por platibandas, rematado por urnas em cerâmica nos cantos, sendo a cobertura em coruchéu, coroado por uma estrutura em ferro, onde se ergue uma sineta.[1] O terceiro pano é encimado por uma cornija e platibanda, continuando o conjunto da fachada oriental, e possui uma janela de verga curva e sacada no piso inferior, com moldura e mísula em cantaria, e um gradeamento em ferro fundido.[1] No piso superior abre-se uma segunda janela, em moldura de cantaria.[1]
História
O edifício foi provavelmente construído no século XVIII.[2] Em 1865 sofreu grandes obras de remodelação, durante as quais foi modificada a fachada e a escadaria central,[1] Pinho Leal refere na sua obra Portugal antigo e moderno, publicada em 1875, que «Possue Odemira alguns prédios bons; merecendo especial menção os paços do concelho, que são os melhores do districto administrativo, e com capacidade para acommodar todas as repartições publicas. Foram restaurados e ampliados, em 1865».[3]
Em 1901 foi novamente alvo de obras de adaptação, durante as quais foi instalada a torre sineira.[1] O concurso para a instalação do relógio foi aberto em Abril desse ano, tendo sido aceite a única proposta, que foi feita pela empresa Furnituria Suissa - Gonçalves Arroja, pelo valor de 290$000.[4] Porém, verificou-se que seriam necessárias extensas obras na torre para poder colocar o relógio, trabalhos que custaram 350 mil Réis.[4] O orçamento foi aprovado pela Comissão Distrital em Agosto, iniciando-se em seguida as obras de modificação da torre e de instalação do relógio.[4]
Entre 1993 e 1998, o interior foi alvo de obras de adaptação.[2]
Ver também
- Lista de património edificado em Odemira
- Casa da Câmara de Entradas
- Casa na Rua Alexandre Herculano n.º 1, Odemira
- Castelo de Odemira
- Paços do Concelho de Castro Verde
- Fontanário da Praça Sousa Prado
- Paços do Concelho de Ferreira do Alentejo
- Igreja da Misericórdia de Odemira
- Igreja Paroquial de Santa Maria de Odemira
- Marcos da Barca de Odemira
- Moinho de Vento de Odemira
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x FALCÃO, José; PEREIRA, Ricardo (1996). «Câmara Municipal de Odemira». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 22 de Fevereiro de 2022 A referência emprega parâmetros obsoletos
|coautor=
(ajuda) - ↑ a b c d «Paços do Concelho». Portal de Turismo de Odemira. Câmara Municipal de Odemira. Consultado em 24 de Janeiro de 2023
- ↑ LEAL, 1875:203
- ↑ a b c «Reconstrução da torre do relógio, no edifício dos paços do concelho» (PDF). Odemira em Notícia (8). Odemira: Câmara Municipal de Odemira. Dezembro de 2011. p. 35. Consultado em 30 de Maio de 2022
Bibliografia
- LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho (1875). Portugal Antigo e Moderno: Diccionario Geographico, Estatistico, Chorographico, Heraldico, Archeologico, Historico, Biographico e Etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias. Volume VI. Lisboa: Livraria Editora de Mattos Moreira Companhia. 702 páginas. Consultado em 23 de Fevereiro de 2022 – via Archive.org
Leitura recomendada
- QUARESMA, António Martins (1989). Odemira - Subsídios para uma Monografia. Volume I. Odemira: Câmara Municipal de Odemira
Ligações externas
- Câmara Municipal de Odemira na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural
- Portal dos monumentos de Portugal
- Portal de arquitetura e urbanismo
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