Palácio Boa Vista

Palácio Boa Vista
Palácio Boa Vista
Fachada do Palácio Boa Vista.
Tipo Residência oficial
Arquiteto Georg Przyrembel (residência)
Início da construção 1938
Inauguração 1964
Curador Rachel Vallego Rodrigues
Website www.acervo.sp.gov.br/index.html
Geografia
País  Brasil
Cidade Campos do Jordão
Entrada principal do Palácio
Pátio Interno do Palácio

O Palácio Boa Vista é a residência oficial de inverno do governador do estado de São Paulo. Localiza-se no bairro Alto da Boa Vista, na cidade de Campos do Jordão. Sua construção se iniciou em 1938, a pedido do interventor federal Adhemar de Barros, para servir então de residência oficial de veraneio, sendo concluída somente em 1964. Em 1970, o palácio seria declarado “monumento de visitação pública” e transformado em um centro de arte, sem prejuízo de sua finalidade precípua de sede de inverno do governo estadual. Hoje o Palácio além de servir como residência oficial, é também tombado como patrimônio público.

O palácio abriga um precioso acervo artístico, são mais de 1800 objetos de arte expostas, constituído por obras de importantes nomes da arte brasileira, além de uma coleção de itens de artes aplicadas e artesanato. Anexa ao palácio encontra-se a Capela de São Pedro Apóstolo e um campanário japonês. O acervo do Palácio da Boa Vista é aberto à visitação pública e integra, em conjunto com as coleções do palácio dos Bandeirantes, formando assim o Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo de São Paulo.. Hoje o Palácio do Horto antiga residência de verão, não integra mais o Acervo do Palácios, sendo usada hoje pela secretária do meio ambiente e estando em concessão privada com um café.

Informações de visita ao interior do Palácio

1) Aberto quarta-feira, sexta-feira, sábado e domingo, das 10h às 12h e das 14h às 17h. (Não é necessário fazer agendamento);

2) O atendimento é por ordem de chegada mediante distribuição de senhas, a partir da abertura do portão, às 10h e às 14h. (Recomenda-se que chegue pouco antes da abertura do portão (10h e 14h), principalmente nos meses de alta temporada);

3) Entram no palácio 18 pessoas a cada 20 minutos;

4) O passeio é gratuito, guiado por educadores e dura cerca de 40 minutos;

5) Não é permitida a entrada com objetos no interior do Palácio, celulares, máquinas fotográficas, garrafas d’água, etc. Todos os itens são deixados no guarda-volumes, à disposição na entrada, antes do passeio;

6) Em dias de chuva, o museu é fechado para a conservação do piso histórico (§ 1º artigo 37 do Decreto nº 9.322 de 30/12/1976);

7) Na presença de autoridades no palácio, o passeio pode ser suspenso, conforme estabelecido § 1º artigo 37 do Decreto nº 9.322 de 30/12/1976, ou ficando parcial, visitando somente a área expositiva.

Horários de visitação para grupos com agendamento:

Às quintas-feiras reservado apenas para escolas e excursões, mediante agendamento prévio pelo e-mail, [email protected]

Histórico

Primeiro concerto de inverno no pátio externo do Palácio em Julho de 1970
Primeiro concerto de inverno no pátio externo do Palácio em Julho de 1970

Nomeado interventor federal no Estado de São Paulo por Getúlio Vargas, em 1938, Adhemar de Barros, admirador de Campos do Jordão, decidiu construir uma residência de veraneio nessa cidade, para uso do governador. Encomendou ao arquiteto polonês Georg Przyrembel o projeto da residência “nos moldes dos castelos europeus” como arquitetura gótica inglesa (TUDOR). O local escolhido seria o Alto da Boa Vista, que permitia uma visão panorâmica dos principais bairros da cidade. O projeto da casa de veraneio evoluiu para um palácio e, ainda em 1938, iniciou-se a construção, em terreno doado por particulares.

Em pouco tempo, no entanto, a obra tomaria um ritmo lento, permanecendo praticamente paralisada por 26 anos. Quando assumiu o cargo de governador do estado pela segunda vez, em 1963, Adhemar de Barros mandou retomar as obras em ritmo acelerado, e o palácio foi finalmente inaugurado a 21 de julho do ano seguinte.

Eleito indiretamente governador do estado em 1967, Abreu Sodré considerou o uso do Palácio Boa Vista como residência de veraneio muito restrito, incumbindo o seu secretário da fazenda, Luís Arrobas Martins, de estudar melhor uso do edifício. Martins decidiu-se por transformar a residência em centro cultural: empreendeu pequenas reformas e adaptações e adquiriu obras de arte, mobiliário e objetos de arte aplicada para decorar o palácio. Em 1970, o edifício foi declarado “Monumento de Visitação Pública” do estado, abrindo as portas à população.

Desde então, o Palácio da Boa Vista possui a dupla atribuição de servir de sede de inverno do governo do estado e de centro cultural. Em Julho de 1970, o palácio abrigou os primeiros "Concertos de Inverno", transformados no ano seguinte em Festival de Inverno de Campos do Jordão.

Capela de São Pedro Apóstolo

Capela de São Pedro Apóstolo

Em 1989, em comemoração ao jubileu de prata de inauguração do Palácio Boa Vista, o governador Orestes Quércia determinou a construção da Capela de São Pedro Apóstolo, estilo modernista e inaugurada em Julho deste mesmo ano. Erguida em concreto armado sobre um único pilar, com paredes de vidro e circundada por espelhos d’água, a capela é assinado por Paulo Mendes da Rocha, que teve a incumbência de projetá-la de forma que não interferisse negativamente no seu entorno e que abriga um acervo de arte sacra do período colonial e de artistas contemporâneos. No interior da capela encontra-se obras como uma escultura de São Pedro com braços aberto em madeira, feita pelo artista Elvio Becheroni. Um painel com São Pedro com as chaves do céu sob um espelho d'água, idealizada por Glauco Pinto de Moraes.

Campanário Japonês (Sino)

Campanário Japonês

Em frente ao Palácio na entrada principal, existe um sino vinda do Japão que foi doado ao Estado de São Paulo, pelo governador da província japonesa de Mie, Ryo-ozo Tagawa, quando veio ao Brasil em 07/11/1973. O presente representa São Paulo e Mie-Ken como estados-irmãos. O sino, que traz quatro ideogramas gravados pelo próprio governador Tagawa, foi uma forma simbólica de perpetuar a amizade e a paz entre os dois estados.

Ao lado do sino à uma placa com uma linda mensagem que fala: "Dizem, que os sinos desta espécie foram introduzidas no Japão, com o Budismo. Atualmente, esses sinos são ostentados em todos os templos budistas para uso ritual, bem como para anunciar as horas.

A sonoridade deste sino, às vezes grave como o estranho do trovão, outras ressoando como uma melodia lenta, purifica o coração do povo. Este sino foi cuidadosa e especialmente, confeccionado por tradicional fundidor artesanal residente na província de Mie, dedicando-se há anos à fabricação de sinos aos famosos e históricos templos do Japão.

O material é a liga metálica de cobre e de estanho em menor proporção. Os quatros ideogramas cunhados, grafados pelo próprio punho do Governador RYOZO TAGAWA, significam: 'Amizade e Paz entre o Estado de São Paulo e a Província de Mie.'

É de se esperar que este sino seja amado pelo povo Paulista, e, que o elo de fraternidade e intercâmbio que atam os Estrados irmãos, se fortaleça cada vez mais como sino que se estende até muito longe."

Guarda do Palácio

Guarda do Palácio

O Destacamento da Polícia militar Montada de Campos do Jordão do Palácio Boa Vista, foi criada em 1964, pelo regimento da polícia montada 9 de Julho, pelo então governador da época Adhemar de Barros.

A cavalaria (BAEP - Batalhão de Ações Especiais da Polícia), exerceu a guarda de 1964 até 2019. Depois os policiais retornaram em 2023, mas agora diretamente ligado a Casa Militar. Apesar do BAEP não estar mais presente no palácio, os policiais continuam usando a farda icônica da cavalaria nos finais de semana. E todo 1º domingo do mês, ocorre o hasteamento da bandeira, às 12h (meio-dia).

SOBRE O UNIFORME: Adhemar de Barros em uma viagem ao Canadá na década de 60, ficou encantado com a guarda canadense, a famosa Real Polícia Montada do Canadá. Então pediu uma autorização ao governo canadense para que pudesse utilizar o mesmo uniforme (com algumas modificações) de uso exclusivamente para cavalaria do Palácio Boa Vista. O Governo canadense concedeu o pedido, e desde 1964 a polícia do Boa Vista utilizasse do uniforme icônico. O azul do uniforme remete aos lanceiros da polícia montada, e o vermelho representa o estado de São Paulo. O uniforme é composto por um chapéu gola, culote e punhos vermelhos, dólmã azul, cinto e luvas brancas, botas pretas e esporas cromadas.


Acervo

Mario de Andrade. Pintura de Tarsila do Amaral no acervo do Palácio Boa Vista.

O Palácio Boa Vista abriga uma representativa coleção de arte brasileira, do modernismo à arte abstrata, destacando-se um amplo conjunto de pinturas de Tarsila do Amaral (oito telas, dentre elas, Operários), bem como obras de Anita Malfatti, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Alfredo Volpi, Ismael Nery e Vicente do Rego Monteiro, entre outros. Há ainda uma coleção de pinturas cusquenhas dos séculos XVII e XVIII, além de mobiliário, tapeçarias, louçaria e prataria artística. Na Capela de São Pedro Apóstolo são conservadas obras religiosas do período colonial brasileiro e criações contemporâneas. O acervo é aberto à visitação pública, e está sob tutela da curadoria dos palácios, que hoje é administrada pela curadora Rachel Vallego Rodrigues.

Galeria de Fotos

  • Interior da Capela de São Pedro feita por Paulo Mendes da Rocha
    Interior da Capela de São Pedro feita por Paulo Mendes da Rocha
  • Vista lateral do Palácio
    Vista lateral do Palácio
  • Vista lateral do Palácio
    Vista lateral do Palácio
  • Pátio interno
    Pátio interno
  • Vista panorâmica da torre do Palácio
    Vista panorâmica da torre do Palácio
  • Paisagem vista da torre do Palácio
    Paisagem vista da torre do Palácio
  • Guarda do Palácio em formação em ocasião do dia do Hasteamento da bandeira
    Guarda do Palácio em formação em ocasião do dia do Hasteamento da bandeira
  • Primeiro concerto de inverno no pátio externo do palácio Boa Vista. Julho de 1970
    Primeiro concerto de inverno no pátio externo do palácio Boa Vista. Julho de 1970

Ver também

Referências

Bibliografia

  • Comissão de Patrimônio Cultural da Universidade de São Paulo (2000). Guia de Museus Brasileiros. São Paulo: Edusp. 417 páginas 
  • Silva, Heloísa Barbosa; et al. (1994). Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo 
  • Valladares, Clarival do Prado (1998). Acervo Palácio Bandeirantes. São Paulo: Serasa 

Ligações externas

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  • Página do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo